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Saúde do homem: eles precisam ser os protagonistas

“Um brinde a pessoa mais importante da sua vida: você”. É com este mote que o HSC Blumenau adere ao Novembro Azul e incentiva homens a cuidarem da saúde.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres vivem, em média, 7 anos a mais que os homens. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que 70% realizam consulta por influência da família. Esse hábito está diretamente ligado à detecção de doenças em estágio avançado.

De acordo com o oncologista do ONCO HSC, Dr. Rodrigo Kraft Rovere, o câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente no país, atrás apenas do câncer de pele – não melanoma.

“No Brasil, ele é também a segunda maior causa de morte por câncer em homens”, completa.

A taxa de incidência é alta e a de mortalidade também. Diariamente, 42 homens morrem em decorrência da doença. Apesar dos avanços, 25% dos pacientes morrem, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Em contrapartida, quando o câncer é diagnosticado no estágio inicial, as chances de cura chegam a 90%.

Para o Dr. Rodrigo, no decorrer das últimas décadas houve uma redução nos números. Contudo, 20% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado.

“Isso precisa mudar. Os homens precisam se conscientizar sobre a importância de serem protagonistas da sua saúde. Afinal, quanto antes for diagnosticado, maiores as chances de cura”, alerta.

A saúde em primeiro lugar

O Novembro Azul é uma campanha para chamar a atenção dos homens sobre a importância de prevenir e diagnosticar precocemente doenças que atingem a população masculina.

De acordo com o urologista da Uroprime, Dr. Juliano Spada, o check-up masculino é imprescindível para prevenção de doenças.

“No caso do câncer de próstata, o acompanhamento médico preventivo é fundamental, além da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física que evitam a doença”, afirma.

É importante salientar, segundo Dr. Juliano, que não existe ação efetiva para evitar o aparecimento do câncer de próstata. Todavia, fazer o diagnóstico o mais precoce possível é essencial para aumentar a taxa de sucesso e as opções de tratamentos.

Os fatores de risco estão relacionados com histórico familiar, raça negra e obesidade. A maioria dos cânceres de próstata são assintomáticos no início.

“Os sintomas surgem nas fases mais avançadas e incluem: obstrução urinária, dificuldade para fazer xixi e dor abdominal”, destaca o urologista.

De acordo com o Dr. Juliano, o início da avaliação do risco de câncer de próstata deve começar aos 45 anos para homens que possuem fatores de risco e aos 50 para os demais casos. O diagnóstico é feito através do PSA, dosagem das partículas no sangue, e o toque retal.

“O exame de toque retal, embora seja um tabu entre os homens, é um exame físico bastante simples, fácil de fazer, rápido, indolor e não altera em absolutamente nada a função masculina do paciente”, explica o médico.

A partir disso, no caso de suspeita da doença, o paciente realiza exames complementares. Por exemplo, ressonância magnética e biópsia (retirada de alguns fragmentos da próstata para análise).

O tratamento depende do estadiamento da doença

Após o diagnóstico de câncer de próstata, é realizada uma avaliação para saber se o câncer está restrito ao órgão ou se há uma doença à distância, chamada de metástase.

Dependendo do quadro do paciente, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia ou tratamentos combinados. Nem todo câncer requer quimioterapia. Na verdade, segundo o oncologista Dr. Rodrigo Kraft Rovere, a quimioterapia é usada cada vez menos no tratamento de Câncer de Próstata.

“Nos últimos anos, com advento das novas terapias, principalmente terapia hormonais mais modernas e mais potentes, a perspectiva está mudando bastante. O tratamento vai depender do estágio do tumor, radioterapia ou cirurgia quando está localizado, ou hormonioterapia quando está com doenças à distância. E aí sim, num grupo menor de pacientes, a quimioterapia também pode ser uma opção”, explica o oncologista.

De acordo com Dr. Rodrigo, todo tumor tem uma probabilidade de voltar. Isso depende de uma série de fatores, dentre eles, como ele estava no momento do diagnóstico.

“A prevenção ainda é a melhor opção, por isso, a necessidade de realizar exames regularmente, para que se houver alguma coisa, ela possa ser descoberta e tratada o quanto antes, pois quanto menor a doença, maior a chance de cura”, finaliza.

Câncer de próstata no mundo

A expectativa, conforme a Organização Mundial da Saúde, é que até 2030 sejam 27 milhões de novos casos de câncer de próstata, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivendo com a enfermidade. Os lugares mais afetados serão os países em desenvolvimento.

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