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Febre amarela: o que é preciso saber

A Febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus. Assim, ela se manifesta por meio de febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas. Além disso, dor no corpo, náuseas, vômitos, fraqueza e amarelão.

De acordo com a infectologista do Hospital Santa Catarina de Blumenau, Dra. Fernanda Arns de Castro, a maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais. “No entanto, 15% dos casos apresentam um breve período de melhora e, então, desenvolvem uma fase nova e mais grave da doença”, destaca.

Logo, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), hemorragia (especialmente do trato gastrointestinal). Contudo, eventualmente, acontece o choque e a insuficiência de múltiplos órgãos.

Dessa forma, de 20 a 50% das pessoas que desenvolvem a forma grave da doença morrem, segundo a infectologista.

A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior número de casos humanos nos meses de dezembro a maio. Isso por causa do aumento da temperatura na estação das chuvas, favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos. Assim, consequentemente, aumenta o potencial de circulação do vírus.

Dos sintomas ao diagnóstico de Febre amarela

O início dos sintomas acontece geralmente de 3 a 6 dias após a picada do mosquito, podendo levar até 15 dias. Por isso, a recomendação é procurar um médico infectologista, logo após o início dos sintomas. Além disso, é preciso informar sobre qualquer viagem ou atividade em área de risco realizada nos últimos 15 dias antes do aparecimento dos primeiros sinais.

Assim, a maioria dos sintomas da febre amarela são bastante comuns em outras infecções. Por isso, podem ser confundidos, e o diagnóstico é feito através de confirmação laboratorial.

Qual o tratamento?

Não há tratamento específico para a doença. Nesses o papel do médico é tratar os sintomas, como febre e dores no corpo e na cabeça, com analgésicos e antitérmicos, e oferecer suporte. Assim como na dengue, anti-inflamatórios e salicilatos (AAS) devem ser evitados, pois o uso pode favorecer sangramentos.

A transmissão

A transmissão acontece quando o mosquito pica um macaco ou uma pessoa doente por febre amarela, adquire o vírus e transmite a doença ao picar outros macacos ou humanos.

De acordo com a infectologista, as áreas consideradas de maior risco são os locais de matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural.

Na forma silvestre, o vetor (mosquito) é o Haemagogus e o Sabethes. Eles são encontrados em áreas silvestres e de mata. Já na febre amarela urbana (último registro em 1942), a doença é transmitida pelo Aedes aegypti e Albopictus. Daí a grande importância de controle desse vetor, pois além da dengue, zika e chikungunya, também pode transmitir a febre amarela.

A observação da morte de macacos assim como picadas de mosquitos em áreas de risco deve ser informadas ao médico e enfermeiros assim como o histórico de vacinação contra a febre amarela.

Os macacos não transmitem a doença. Adoecem e morrem da mesma forma que os humanos. Por isso, a morte de macacos é um sinalizador da presença do vírus na região.

Os vetores transmissores da febre amarela têm hábito diurno, e costumam picar durante as horas mais quentes do dia. A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa para pessoa ou de animais (macacos) para pessoas. “É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela”, ressalta a infectologista.

A melhor forma de evitar é por meio da vacinação, que está disponível nas Unidades de Saúde. Também é recomendado proteção individual com o uso de roupas de mangas compridas, repelentes e mosqueteiros.

Vacinação

A vacina deve ser aplicada em todos os indivíduos de 9 meses a 59 anos de idade que moram em áreas com recomendação de vacinação e que nunca foram vacinados.

O alerta se estende a quem mora em áreas rurais ou de matas e rios, ou que realizam atividades de trabalho ou lazer como pesca, agricultura, extrativismo de madeira e também os que planejam deslocamentos para áreas com casos confirmados da doença. Nesse caso, a vacina deve ser tomada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para o local de risco.

Conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas uma dose da vacina é indicada para a prevenção, independentemente do tempo da aplicação.

Gestantes, mulheres que amamentam crianças menores de seis meses de idade, alérgicos a ovo, pessoas com o sistema imunológico debilitado em razão de doença ou tratamento e pessoas a partir de 60 anos de idade devem passar em consulta com infectologista para avaliação da indicação da vacina.

A vacina pode provocar na maioria das vezes reações locais, dor de cabeça, febre e mal estar em algumas pessoas.

 

Revisão médica por: Dra. Fernanda Arns de Castro, emergentista e infectologista. 

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